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quinta-feira, outubro 14, 2004

Hip Hop 

Numa altura em que os hippopers americanos comemoram 30 anos de existência, é natural que recordem as suas origens, a sua história e os seus protagonistas... back-in-a-days. Outros preferem reflectir sobre o percurso que o Hip Hop tem feito até hoje e sobre os equivocos e a banalização que tem conhecido.

Uma das discussões defende que, de um lado estão aqueles que fazem Hip Hop e que o encaram como a “galinha dos ovos de ouro”, e a esses interessa-lhes o protagonismo, a fama, o dinheiro, a extravagância. De outro lado, estão aqueles que fazem rap e a esses interessa fundamentalmente a qualidade e o conteúdo, preservando os princípios de fidelidade consigo próprios e com o seu público.

Mas hoje também se colocam outro tipo de questões ao Hip Hop, questões mais "académicas", ou se preferirem, mais epistemológicas sobre o conceito de Hip Hop, sobre aquilo que representa e sobre as diferentes interpretações. Por exemplo, acreditem ou não, há quem defenda que um real rapper deve ter também um papel de activista social, tem de dropar rimas "conscientes", mas isso é bullshit! Eu posso dropar grandes rimas sobre o amor, com grande flow e nem por isso deixo de ser uma real rapper! Um rapper é acima de tudo um artísta e nessa condição pode rimar sobre aquilo que quiser. Entre nós, as mensagens nas rimas do Chullage não têm nada a ver com as do Sam The Kid, nem as do Valete se comparam às do Bellini mas todos eles são real rappers.
É importante não esquecer que o Hip Hop na sua origem não tinha nenhum objectivo intencional de fazer intervenção social, tratava-se simplesmente de criação artística...arte no seu estado puro e genuíno, fazer música, dar Ritmo As Palavras, colorir as paredes da urb e inventar passos de dança, quer seja aqui ou na América. Também é importante não perder de vista a ideia de que principalmente os rappers têm uma grande influência sobre a sua audiência e as suas mensagens são sempre ouvidas com atenção.
Enfim politizar o hip hop, "plastificar" o hip hop, rap...isto é matéria que chegue para uma discussão de várias horas e por isso fico por aqui mas recomendo-vos uma passagem pelo blog do Jay Smooth para lerem as suas crónicas e participarem em discussões em torno de ideias como, Hip Hop e activismo, Hip Hop e política, e os equivocos e mentiras que rodeiam o hip hop.

Se não estiverem para ai virados podem ler algumas entrevistas interessantes com...
Prince Po
Alquemist

Ou ainda sentir o novo álbum dos De La Soul...
"The Grind Date" - 2004 (clicar para ouvir)
E a propósito de recordações da Old School também aconselho uma passagem pelas imagens de Martha Cooper, uma fotógrafa que lançou recentemente um livro com as fotos que tirou há mais de 20 anos atrás. Cool!!
Holla!

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