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quarta-feira, abril 21, 2004

motivos profissionais... 

Perdoem-me a ausência mas por motivos profissionais encontro-me deslocada geograficamente e raramente consigo aceder à internet.

Até ao final deste mês vai ser difícil escrever mas aviso-vos assim que regressar.

One love

sexta-feira, abril 16, 2004

Uooohh! 

Para que fiquem bem esclarecidos, quando decidi criar o meu blog, não foi com a intenção de provocar beefs ou de fazer dos assuntos que trato uma grande peixeirada!

Parece-me que as minhas últimas provocações foram entendidas, por alguns, como meras “afirmações gratuitas”, o que não é de todo verdade. As questões que levantei não são apenas inquietações pessoais são também partilhadas por muitos elementos desta comunidade que se sentem frequentemente desrespeitados por aqueles que detem algum poder de influência junto dos media e do mercado nacional da música.

É certo que situações destas acontecem um pouco por toda a parte mas Portugal é pequeno e a comunidade também, por isso...porquê trabalharmos de costas voltadas?

(( Desabafo: "...os beefs começam assim...se tiveres vontade de ter o monopólio das coisas entras logo em conflitos de interesse...de uma certa forma estamos todos sozinhos..." - Dj Kronic no Projecto Inoxidável II.))

Gostava de prolongar esta discussão mas parece-me mais sensato aguardar por mais comentários.

Entretanto descontraiam porque hoje é 6ª Feira...

Paz



quinta-feira, abril 15, 2004

hArD WoRkInG... 



Little Brother "The listening"


quarta-feira, abril 14, 2004

A verdade agora vem nua... 

Realmente há merdas que não interessam a ninguém e algumas já começam a meter nojo por revelarem estupidez e não contribuirem em nada para o desenvolvimento do hip hop em Portugal e principalmente por derrubarem o trabalho tão valioso que alguns artistas têm feito.

Hoje acordei assim, irritada porque não consigo escrever sobre estas merdas e sabem porquê? Porque já são muitas e quando me ponho a escrever sobre elas só me ocorre questioná-las.

- Porquê que em todos os concertos de hip hop há sempre merda?

- D.Mars, porquê que insistes em dizer que és o “filho da selva” se nem a selva conheces?

- Porquê que o Rui Miguel Abreu (que até me parece um gajo porreiro e com cabeça!) insiste em fazer um programa de hip hop em que 90% daquilo que dá aos ouvintes são produtos da sua editora? E com um tom monocórdico que nada tem a ver com uma 6ªFeira à noite e muito menos com a dinâmica da cultura hip hop?

- Porquê que não usa os seus contactos previligiados com os media para divulgar bons artistas em vez de estar centrado em vender só o seu peixe ? Não estará a aproveitar-se do seu estatuto de jornalista para manipular o mercado à sua maneira?

- Chullage, porquê que tenho a sensação que te contradizes nalgumas dicas que dás no “Rapensar” (gostava de falar contigo sobre isso)?

- O quê que o público tem a ver com o facto da Kombate ter passado a ser só distribuidora? Era preciso pôr essa informação na revista? Não era suposto serem os artistas e as editoras afiliadas as primeiras a tomar conhecimento ?

- Porquê que os jornalistas do Blitz insistem em fazer críticas de merda sobre assuntos que não dominam? Será que ainda perceberam que se tornam ridículos!?

- Porquê que a EDEL tem direito a uma página na revista Hip Hop Nation para discutir um mal entendido com a loja Kingsize? O quê o público tem a ver com essa merda, caralho?


Agradeço comentários e possíveis argumentos que contribuam para uma discussão e/ou esclarecimento destas e outras questões.

A BlackMamba só quer as VeRdAdEs ainda que DOAM!




terça-feira, abril 13, 2004

Estaria o Xeg antecipar o previsível? 

Blitz (escrito por Jorge Mourinha)
7/10. “(...) Pena é que o MC meta pontualmente mais versos do que os beats suportam e abuse aqui e ali do vernáculo”.

Resposta antecipada do artísta
“(...) tome a cagar para avaliação que o meu álbum tem no Blitz enganam os leitores mas não enganam os ouvintes se o teu em 10 leva 8 e o meu em 10 leva 20 (...)”.

Estou a trabalhar num texto explicitamente dedicado ao péssimo jornalismo que se faz no nosso país, nomeadamente naquilo que diz respeito à abordagem do hip hop. Assim que estiver pronto ponho-o aqui no blog.

Para começar bem o dia... 



Planet Asia - "The Grand Opening" (Avatar, 2004)



XEG - "Conhecimento" (Matarroa, 2004)

segunda-feira, abril 12, 2004

Em escuta  


Projecto Inoxidável II produzido por Dj Kronic 2004


Welcome 2 Detroit produzido por Jay Dee 2001

quarta-feira, abril 07, 2004

MADVILLAINY: ou quando dois loucos se juntam para desconstruir o hip hop convencional 

MADVILLAINY, o mais recente trabalho resultante da colaboração entre MF Doom e Madlib, serve-me aqui de pretexto para falar destes produtores e MCs que além de assumirem constantemente diferentes alter-egos têm outra caracteristica em comum: a de se atreverem a ser mais underground do que quaisquer outros produtores de hip hop ou se calhar, a de se atreverem a ser verdadeiramente genuinos na arte de fazer som.

Otis Jackson Jr, aka Madlib, já dispensa de apresentações, com o sucesso de “Shades of Blue” editado pela Blue Note a sua figura tornou-se numa curiosidade para muitos. No entanto, será que alguém se lembra de Yesterday’s New Quintet (onde todos os instrumentistas do quinteto eram ele!)? ou de Quasimoto (o MC com voz de boneco, que também é ele)? Será que alguém sabe que foi ele que produziu os álbuns de Dudley Perkins (outro louco, o Declaime!) e do Wildchild? E de Lootpack já ouviram falar? Jaylib? Humm!

Pois é, este senhor não nos dá descanso e produz beats “enquanto o diabo esfrega um olho”. Rápido, confuso, emocional e imprevisível são palavras que caracterizam bem o seu método de trabalho e o resultado são beats sujos e imperfeitos que quebram todas as regras sem nunca perderem o groove.

Quanto a Metal Face (MF) Doom, (Daniel Dumile, a sua identidade secreta) ou Super Vilão ou King Geedorah ou extra-terreste, como lhe prefiram chamar, é o outro louco com culpa no processo MADVILLAINY.

Daniel Dumile começou a sua carreira de MC no final dos anos 80 com 3rd Bass e com KMD, que era composto pelo próprio sob o nome de Zevlove X e pelo seu irmão Sub-Roc.

Só mais tarde, depois da morte do irmão, põe a mascarilha de ferro e surge como MF Doom (quem se lembra da personagem de BD, Dr.Doom?) lançando o primeiro álbum, “Operation: Doomsday”.

Há quem o compare a Kool Keith ou a Ghostface Killah (quando se assumiu como Ironman ou Tony Starks, o seu nome verdadeiro) mas ao ouvi-lo percebemos, pela bizarria, que a sua maneira de fazer hip hop pode ser tudo menos convencional.

No seu percurso editou também trabalhos sob o nome de King Geedorah (um monstro lendário de 3 cabeças), Metal Fingers, Super Villain e mais recentemente como Victor Vaughn no projecto Madvillainy com Madlib (onde juntos são o Madvillain). Como produtor lançou alguns álbuns de instrumentais e produziu o álbum de MF (Mad Flow) Grimm, "The Downfall Of Ibylis: A Ghetto Opera".

Madvillainy é um álbum estranho e intemporal e graças a Madlib tem uma sonoridade suja e imperfeita que nos obriga a ouvi-lo muitas vezes para desvendar a riqueza de cada tema.



A ouvir com atenção sem dúvida! Que é o que eu vou continuar a fazer.

Ah! se puderem vejam os videos fantásticos deste trabalho.

Discografia de MF Doom:

1991- KMD “Mr. Hood” (Elektra)
2000- KMD “ Black Bastards” (Readyrock/Metalface)
2000- MF Doom/MF Grimm “MF EP” (Brick Records)
2000- MF Doom “Operation: Doomsday” (Subverse Music Records)
2001- Metal Fingers “Special Herbs, Vol.I (Female Fun Records)
2002- Metal Fingers “Special Herbs, Vol.II (High Times Records)
2003- Metal Fingers “Special Herbs, Vol.III (Female Fun Records)
2003 (??)- Metal Fingers - "Special Herbs and Spices Vol. 4,5,6" (TBA)
2003- Monster Island Czars (feat. MF Grimm) "Escape From Monster Island"(Rhymesayers)
2003- King Geedorah “Take me to your leader” (Big Dada)
2003- Viktor Vaughn "Vaudeville Villain" (Sound ink - LP/CD)
2004- Madlib & M.F. Doom - " Madvillainy" (Stones Throw Records)

sexta-feira, abril 02, 2004

Fim de semana 

Antes de partir deixo-vos com aquilo que levo para TPC:

Ouvir
- Planet Asia "The Grand Opening"
- Viktor Vaugh (MF Doom) "Madvillain" produzido por Madlib
- Xeg "Conhecimento"

Ver
Ursula Rucker hoje no S. Luis, ou talvez não! já a vi cá no ano passado, se calhar fico em em casa a ver os "39 degraus" do Hitchcock (um clássico dos clásicos para quem gosta do género, é claro!);
O filme "Lost in Translation" (talvez amanhã, se ainda estiver em cartaz!).

Já agora aproveito para recomendar o Belleville Rendez-Vous, um filme de animação com ilustrações fabulosas e uma história hilariante, vão ver porque vale mesmo a pena!
.

Bom fim-de-semana!

São quentes e boas!! 

Mais novidades fresquinhas no panorama do hip hop nacional. Afinal ontem foi um dia de mais lançamentos.

Além de Chullage, saiu também o álbum do Xeg, a compilação de Dj Kronic e ainda uma outra compilação produzida pelo Dj Pass One.

Começo já pelo Projecto Inoxidável II, do Kronic, uma compilação que conta com participações de vários MCs entre os quais, Kilu, Chullage, Bónus, J-Cap, Xeg, Sam, Lord G e 1º G (da formação TWA), Psi-K, entre outros. Boa nota para este trabalho onde se nota uma produção cuidada e beats que facilmente identificam o seu autor. Sente-se simplicidade (que artisticamente é sempre o mais difícil de alcançar) e amor na produção de Kronic.

Quanto às participações há temas que não nos escapam tais como os de Bónus, Sam The Kid , Nigga Poison e Xeg, e há um que fica para trabalho de casa, um tema do (s) Oh e Não ( aaaahhh!) ouçam esta battle e tripem com o flow.

Quanto ao álbum do Xeg ainda não vos posso falar dele mas tenho a certeza que não nos vai desiludir e que continua igual a si próprio a produzir e a rimar, "Conhecimento" é o nome deste seu segundo álbum com uma capa de cartão linda!! (props para o seu autor - Chemega - que também fez a capa do álbum do Kacetado e de todas as produções da Matarroa). Já agora também props para a capa do Projecto Inoxidável II que tem ilustrações feitas por Lázaro (um ilustrador cá da praça com um trabalho extraordinário).

Quanto ao terceiro lançamento "KonPasso" produzida por Pass One fica para depois da audição.

Por agora basta de conversa.

quinta-feira, abril 01, 2004

Dias das Mentiras!? 

Há cerca de 20 anos atrás, mais precisamente no dia 1 de Abril de 1984 foi assassinado o músico Marvin Gaye. Provavelmente nesse dia muitos foram aqueles que julgaram ser mentira quando receberam a notícia de que Marvin Gaye tinha sido morto a tiro pelo seu pai espiritual. Foi um culminar fatal daquilo que teria sido uma relação definida pela agressividade do seu pai, a rebeldia de Marvin e a constante "competição" entre os dois pela atenção e afecto da sua mãe, Alberta Gaye.

Infelizmente não tenho toda a discografia apenas guardo religiosamente os álbuns "Let's Get It On" e o "What's Going On" e o single "sexual Healing". Mas ouvi-lo com atenção é sempre um prazer e as mensagens serão sempre um registo do presente. Sobretudo em trabalhos como "The Autobiography of Malcom X" e "What's Going On", descobrem-se comentários políticos e sociais muito fortes e gritantes.

Enfim, Marvin, continuaremos a amar-te sempre!

Mas neste dia das Mentiras também há mais verdades, nomeadamente o lançamento do 2º álbum de Chullage, um músico cujas obras têm tido um forte cariz político e social.
Este 2º álbum (que ainda não tive oportunidade de ouvir) segundo o artista, não foge à regra, ou seja, mensagens fortes e fundamentadas sobre a realidade social portuguesa. Chullage é um rapper que não fica só pelas palavras, aquilo que diz nas suas músicas é aquilo que repete todos os dias aos jovens do seu bairro, a Arrentela, na associação Khapaz.

Embora não seja o único, o hip hop português, na sua vertente de intervenção social, precisa de mais cabeças como estas. Ou seja, CONHECIMENTO E ACÇÃO são ingredientes fundamentais para provocar mudanças ao nível do sistema português, sobretudo no que diz respeito a assuntos como a descriminação social e cultural.

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