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segunda-feira, maio 31, 2004

Ouvir 

Digamos que é uma espécie de menu da semana:

1. Nas - Illmatic (10 anos depois...sabe sempre bem re-ouvir clássicos como este.);

2. BlueNote Revisited (compilação editada recentemente pela Blue Note com remisturas de alguns temas clássicos do jazz por J.Dilla, Madlib, Dj Cam, Spinna, entre outros.);

3. Encore - Layover ( para continuar a ouvir incansavelmente!)

4. Pete Rock "Soul Survivor II" (fresquinho nas minhas mãos... para ouvir com atenção esta semana.)


sexta-feira, maio 28, 2004

Bush Babies. Bombs. Boom! Bye Bye! 




liberdade de expressão 

Finalmente consegui perceber como inserir a opção que vos permitirá fazer comentários relativamente ao que vou escrevendo. Assim (espero eu!) poderei receber algum feedback da vossa parte.

Por isso estejam à vontade para exprimirem as vossas opiniões! Basta clicar e deixar a mensagem que ficará visível para que os outros também as possam ler.

Esperemos que o Sol brilhe este fim-de-semana para sair do meu covíl.

Bom fim de semana para vocês!

terça-feira, maio 25, 2004

Activismo?! 

Como já devem ter reparado recentemente organizei os meus links (e espero continuar a fazê-lo!) tendo introduzido o tema “activismo”.

Recomendo-vos uma passagem regular pelo site indymedia por várias razões. É muito fácil e comum falar daquilo que não concordamos e dos podres da nossa sociedade, mas infelizmente isso não chega por si só para mudar o mundo e muito menos a sociedade em que vivemos. Não sou nenhuma santa, mas pessoalmente sempre fiz e vou fazendo as minhas pequenas revoluções individuais e um esforço para mudar os meus comportamentos. Por exemplo, recuso-me a comer em McDonalds e afiliadas, sempre que possível consumo produtos portugueses, deixei de ver os telejornais e passei a estar mais atenta à veracidade das informações e a seleccionar canais informativos mais isentos (sejam jornais, sites, programas de televisão ou encontros) e que têm um papel mais interventivo do que meramente passivo.
Não deixem de discutir os problemas mas participem activamente na sua resolução e na defesa das causas que consideram importantes. Se não for assim (e claro que temos que ser muitos a fazer o mesmo!) continuaremos a ter quem mande e quem decida por nós, se não for assim o Poder continuará a ser daqueles que nos vão persuadindo com as suas habilidades para fazer discursos ilusionistas.

No indymedia há, por exemplo, uma petição para assinar sobre o caso do Parque de Monsanto e argumentos suficientes para deixar de beber coca-cola.

sexta-feira, maio 21, 2004

Delícias de Detroit 



Yound Rj e Black Milk são os dois jovens produtores de Detroit que compõem BR Gunna e que, na minha opinião, já demonstraram que estão no bom caminho!
Digamos que têm aqueles elementos básicos que são fundamentais para quem quer começar a produzir bons beats: têm uma boa "escola" de referência, que conta com Phat kat, Jaydee (de quem se notam muitas influências), T3 e RJ Rice (pai de Young RJ e da Barak Records); têm um bom ouvido e também estão atentos aos ouvidos da rua.

Para já podemos ouvir Young RJ no álbum "Dirty District" de Slum Village (2002)e no Trinity (tinha-me esquecido!).
Entretanto, vamos ficar à espera das novidades desta dupla lá para finais de Junho, altura em que sairá o novo álbum de Slum Village " Detroit Deli", o álbum do Phat Kat "Undeniable LP" (os beats para estes dois álbuns são quase na totalidade produzidos por eles!)e o "Dirty District vol II" , um projecto da sua autoria que conta com várias participações.

sexta-feira, maio 14, 2004

O Elogio da Cassette - Parte II 

A mixtape: das ruas para os estúdios de gravação.

Nos anos 80, com o aumento da popularidade do hip hop e com o aparecimento de novos artístas e tendências, o universo das mixtapes diversifica-se e o conceito de "party-tapes" vai ficando para trás.

Na 2ª metade da década de 80 e no início de 90, Kid Capri segurou o título de rei no circuito das mixtapes em Nova York. Durante esses anos Capri gravou mixtapes que se tornaram clássicas como "52 Beats", que se distinguiu por ser a primeira ser concebida à base de breakbeats e outra, com o título 10/9/89. Ao lado de Capri, Djs como Funkmaster Flex, Brucie B, Ron G, Doo Woop, S&S e dj Clue tiveram os seus momentos marcantes no cenário nova yorkino no início dos anos 90. Flex e Woop, continuaram a produzir mixtapes que ilustravam as suas influências no hip hop. Ron G destacou-se por ter começado a misturar instrumentais de hip hop com accapellas de R&B – uma fórmula que era, até então desconhecida mas que hoje é adoptada em muitas produções de R&B – e apresentou uma série de mixtapes intituladas de "Blends". Estes são bons exemplos que mostram como os djs de mixtapes naquela época, além de apresentarem novos artístas, contribuiram igualmente para moldar a sonoridade do hip hop.

Na 2ª metade dos anos 90, Dj Clue contribuiu com mais um elemento inovador, isto é, mais do que mostrar os seus skills como dj, apostou essencialmente em revelar emcees através de freestyles ou temas exclusivos. Ele foi o primeiro a apresentar antecipadamente alguns hits de rap, tais como “Juicy” do Notorious B.I.G., a versão original de “It’s all about the Benjamins” do Puff Daddy e o “Ain’t No Nigga” do Jay-Z, e a revelar alguns emcees que hoje são internacionalmente reconhecidos, tais como Noreaga, Cm’ron, DMX, Fabulous, Mase, Ja Rule e Lox através de freestyles exclusivos.

Mais recentemente, à semelhança de Clue, Kayslay (a.k.a Slam Your Favorite Dj ou a.k.a The Drama King) emergiu entre os djs mais populares na cena mainstream do hip hop em NY. Depois de liderar a propagação do beef entre Jay-Z e Nas, Kayslay começou a produzir uma série de mixtapes intituladas "Streetsweeper". Os seus constantes shout-outs, os freestyles relacionados com beefs e quedas de celebridades são os seus temas predilectos e ajudam-nos a identificar facilmente um trabalho seu.

O sucesso e genuinidade das mixtapes teve em tempos a sua época alta em matéria de originalidade e criatividade, mas como seria de esperar, a indústria da música apoderou-se do conceito, banalizou-o e conferiu-lhe um estatuto quase equivalente a um álbum ou a uma compilação. Além disso, o formato cassete tem vindo a desaparecer e a ser substituito por outro formato, o cd.

De resto, como porta de entrada na indústria do hip hop, as mixtapes continuam a ter um papel fundamental na revelação de novos talentos. São como a janela das editoras discográficas para as ruas e têm a vantagem de dar uma grande liberdade aos artístas (ainda que os direitos de reprodução e propriedade intelectual tenham começado a ser controlados a partir dos anos 90).

As mixtapes, foram as responsáveis pela popularidade massiva de muitos emcees e ao mesmo tempo permitem que artístas como Phil da Agony (juntamente com Krondon e Mitchy Slick no projecto Strong Arm Steady) continuem a a editar as suas cenas, ultrapassando assim as dificuldades que têm com as editoras (este é um exemplo entre muitos!).

Ainda continua....

(se quiserem fazer reparos e/ou comentários estejam à vontade! Eu agradeço.)


Bounce Niggazz! Bounce Niggazz!  

Já passou uma semana, mas mesmo assim não posso deixar de vos contar que no sábado passado, na Areia Branca (perto de Peniche), houve uma festa que vale a pena recordar. O local era adequado ... uma discoteca na praia ... uma programação ambiciosa, mas mesmo assim ninguém estava à espera que fosse o bordel que foi!

Muita gente, casa cheia do princípio ao fim da festa! Bons artístas! Boa disposição!

Um dos pontos altos da festa foi pela altura do concerto do Kacetado em que o público que esperava ouvir temas do álbúm foi surpreendido de forma muito positiva. Kacetado cantou temas do seu álbum mas em cima de instrumentais diferentes, desde Bustaflex a Soulive, acompanhado de Dj Link no seu scratch furioso e de Tekilla, que também intercalou com temas seus. Juntos deram um concerto que mais parecia um bordel! Com muito punch e mad flows estes dois artístas famintos têm uma química entre os dois que lembra duplas como as de Redman e Method Man ou de Rasco com Planet Asia. Muito à frente!

Antes do concerto o público assistiu à actuação dos Urban Stillz, de outro grupo de b.boys de Peniche e ainda ouve uma Battle com emcees locais, coordenada por uma equipa de luxo - Sam The Kid, Tekilla, NBC, Blackmasta – que pelo meio também ofereceram ao público alguns freestyles. Os djs convidados, Cruzfader e Carla Menitra, foram responsáveis pela banda sonora que esteve adequada ao momento.

Sim senhor!

Foi mais uma prova de que a energia e boa disposição do público aliados à química e ao timing entre os artístas (e também com o público) são ingredientes fundamentais para a boda ser perfeita!

quarta-feira, maio 12, 2004

O Elogio da Cassette 

Confesso que até aos 14 anos grande parte da música que ouvia era dos discos dos meus pais (num gira-discos que eles tinham lá em casa) e das centenas de cassetes que iam gravando e trocando com os amigos e que tinham os temas que eles mais gostavam em diferentes épocas das suas vidas: as de clássicos da música angolana, as de fado, as românticas para namorar, as cassetes para festas, etc. Outras eram gravadas pelo nosso vizinho do 1º andar, um coxo que eu detestava porque passava o tempo à janela, em tronco nú, a cuspir para a rua e a ouvir música com o volume no máximo. Nos seus tempos livres ocupava-se a gravar cassetes que oferecia aos vizinhos (é obvio que era uma estratégia para evitar que se queixassem da música alta! ), mas os seus gostos eram tão diversificados, que as cassetes tanto podiam ser um best of do Elvis Presley, uma compilação de música clássica ou de instrumentais de western ou até mesmo de folclore ribatejano. Enfim, o leque de escolhas era grande.

Mesmo assim, insatisfeita, decidi começar a fazer as minhas próprias cassetes com as coisas mais incríveis que possam imaginar. Tudo o que na altura era “fora” eu gravava e depois apontava os nomes e fazia capas com desenhos ou recortes. Lembro-me da minha mãe me encontrar na sala colada à rádio às 3h da manhã e perguntar: “o quê que estás aqui a fazer a esta hora?” e eu respondi-lhe: “estou a gravar umas músicas da rádio. Ela surpreendida disse: “mas não podes fazer isso durante o dia?!” e a minha resposta foi: “É que durante o dia não se ouvem estas músicas em nenhum programa de rádio!”.

Enfim, lembrei-me disto quando andava a reunir informação para escrever o texto que vos apresento a seguir e que é um resumo da história daquilo que nós conhecemos por “mixtape” e que teve (e ainda tem!) um papel fundamental na projecção do hip hop e na carreira de muitos mcs, djs e produtores.

As “party-tapes”: no tempo em que não havia discos de rap
As “mixtapes” andam por ai desde meados dos anos 70, ou seja, há tanto tempo quanto o hip hop. No entanto, o seu conceito tem vindo a metamorfosear-se ao longo do tempo e a própria indústria da música já se apoderou dele para fins comerciais.

No ínicio, chamavam-se “party-tapes” e surgiram para colmatar uma simples necessidade: a de alimentar as ruas numa época em que a única forma de se poder ouvir hip hop era assistir às performances dos djs, nas discotecas ou na rua. A cassete era de facto a única forma que os artístas tinham ao seu alcance para gravar as suas músicas e de as fazer chegar ao público.

Naquela altura, as “party tapes” ouviam-se nos carros, nas casas, em festas particulares, em todo o lado. Grandmaster Flash and the Furious Five, Afrika Bambaataa and the Soulsonic Force, Kool Herc and the Herculoids, Dj Breakout, os Funky Four e Dj Hollywood foram os principais protagonistas desta ideia e se o alcance da sua fama se deve, por um lado, ao seu grande talento, por outro lado, também se deve ao facto de terem tido a iniciativa de gravar em cassetes os seus sets de djing.

A estrutura das “party-tapes” era mais aberta e não tão confinada a um estilo ou som em particular. Death Mix Live, uma cassete de Afrika Bambaataa de 1983 editada pela Paul Winley Records (e posteriormente regravada em 2001 como Death Mix pela Landspeed Records), continha um leque de selecções tão diversas como o funky “Get up” de Vernon Burch, temas mais new wave dos Yellow Magic Orquestra, entre outros. Grandmaster Flash em “Adventures of Grandmaster Flash on the wheel of Steel” fez colagens incríveis com músicas da Blondie, Chic, Queen, Spoonie Gee, entre outros.

O mercado
As “party-tapes” tinham um mercado muito vasto e vendiam tanto como um álbum normal vende nos dias de hoje. Os artístas compravam cassetes de 60 ou 90 minutos, gravavam-nas, faziam cópias e depois iam de bairro em bairro para as divulgarem e venderem de mão em mão.

Naquela altura, as cassetes também corriam o risco de serem pirateadas e por isso inventavam-se estratégias de mercado para contornar este tipo de obstáculos. Alguns djs, como Grandmaster Flash, faziam cassetes personalizadas para vender a quem tinha mais dinheiro, desde dealers aos chulos das vizinhanças, cobrando-lhes 1 dolar por minuto para fazer uma cassete de 30 a 120 minutos. Estas cassettes eram basicamente compilações dos melhores hits do momento com shout outs do dj a dizer o nome do seu comprador (imaginem qual seria a sensação, na altura, de entrarem no carro e tocarem uma cassete para a alguém que pretendessem conquistar e em que se ouvia o vosso nome dito pelo dj! Estão a ver o filme!)

Mas havia outras estratégias de venda, por exemplo, os motoristas de taxi eram incitados a passar as melhores “party-tapes” para ganharem mais clientes num serviço que se chamava “hold call”.

(Tenho que ir embora. Amanhã há mais! bye, bye!)



Hot Shit! 

- O video do tema “McNasty Filth” que tem a participação de Frank N Dank (extraído de Jaylib “Champion Sound” 2004).

- O lançamento oficial em simultâneo de três álbuns pela Barak Records está agendado para dia 22 de Junho. Fica aqui um cheirinho...

Athletic Mic League Jungle Gym Jungle SAMPLER

BR Gunna presents... Dirty District Vol. 2 SAMPLER

Phat Kat The Undeniable LP (Worldwide Release) SAMPLER

terça-feira, maio 11, 2004

Em audição 

Planet Asia - "Still in training" (obs: de longe, muito melhor do que o "Grand Opening"!)

Encore - "Layover" (Obs: há quem diga que já está na lista dos melhores álbuns de 2004)

Royce da 5'9' - "Death is Certain" (obs: sem papas na lingua para falar dos seus desentendimentos com Eminem e companhia...)

segunda-feira, maio 03, 2004

De regresso... 

A blackmamba está de volta com o seu veneno para vos intoxicar com textos, músicas, opiniões, informações e tudo aquilo que lhe apetecer.

Felizmente os meus desabafos e questões foram lidos e comentados por algumas pessoas.

Infelizmente, na maior parte das vezes foram mal interpretados (se calhar expliquei-me mal?!).

De regresso a Lisboa, apesar do excesso de trabalho, vou responder a todos os comentários que recebi em particular e em privado (ponto por ponto, para evitar mal-entendidos e fundamentar as minhas NÃO-GRATUÍTAS afirmações). Depois publicarei as conclusões se valerem a pena!

Dos comentários recebidos espanta-me apenas o tom de censura e essa sim gratuíta e sem qualquer fundamento! Para quem não sabe ou já não se lembra, o tempo da ditadura já acabou e o blog é um diário pessoal, por isso posso escrever sobre aquilo que me der na telha.

Já ouviram falar de um livro (e também do filme) intitulado Fahrenheit 451? É um livro de ficção científica dos anos 50 escrito por Ray Bradbury que fala de uma cidade futurista na qual o governo não só censura como manda queimar todo o material impresso (livros, revistas, cartas, tudo o que é papel!) à temperatura de Fahrenheit 451. Este livro faz-me lembrar muitas coisas incluindo alguns comentários de censura que chegaram à minha caixa do correio electrónico. Se pudessem censurar o que escrevo não é!!!

Frases como: "afirmações gratuítas", "não podes dizer aquilo que pensas sobre...", "não podes falar de...", serão igualmente alvo de crítica no meu blog. Não gostam, não leiam! Não concordam, então questionem e façam comentários que eu responderei! Não têm tomates para falar sobre determinados assuntos, esse é um problema vosso!

Fahrenheit 451 é a temperatura a que ardem os livros...mas não os blogs!


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