segunda-feira, dezembro 20, 2004
É Natal!!!
Natal é Natal!
E por isso vamos às compras!
Comprar, comprar!
Compremos tudo o que eles querem, tudo o que eles nos dão!
Compremos prendas com o dinheiro que não temos e compremos coisas inúteis ou acessórias!
Se não comprarmos ficamos mal vistos, somos mal compreendidos e dizem que somos insensíveis e forretas!
Se não compramos sentimo-nos mal!
Não é preciso muito para percebermos que o Natal é cada vez menos religioso e genuíno e cada vez mais virado para o consumo!
Senão, vejamos:
- este ano temos a honra de ter a maior árvore de natal da Europa e nem sequer nos passa pela cabeça saber quanto dinheiro foi gasto na bela árvore e quem paga a energia que ela consome diariamente para se manter iluminada;
- as ruas entopem-se de pessoas por todo o lado e as grandes cidades ficam sob um estado de frenesim que dificulta a vida àqueles que querem ter um dia-a-dia normal;
- o volume de trânsito aumenta significativamente e consequentemente aumenta também o número de mortos na estrada e os índices de poluição do ar e sonora;
- muitas famílias gastam dinheiro que pouparam e/ou subsídios de natal, contraem empréstimos com pessoas ou bancos para poderem comprar presentes;
- O valor das prendas varia com o valor que atribuímos à pessoa em questão, o que significa...prendas mais caras para aqueles que gostamos mais! Mas o valor das prendas também pode ser calculado em função doutro critério: “dou prendas mais caras a pessoas que normalmente me dão igualmente prendas mais caras!”;
- no dia 25, as toneladas de papel que usámos para fazer os bonitos embrulhos juntamente com caixas e fitas espalham-se pelas ruas dos nossos bairros (porque os caixotes do lixo estão cheios e nós queremos livrar-nos do lixo rapidamente) e esperamos até que os homens do lixo os venham buscar (este ano provavelmente até 2ª feira!);
- Aqueles que não podem comprar prendas ou os que encaram o Natal na sua verdadeira essência têm cada vez mais dificuldades em saber como explicar aos seus filhos que o Natal é bem diferente daquilo que eles vêem e ouvem dos outros, seja na escola, na rua e/ou através da televisão.
É certo que nenhuma destas ideias é novidade para nenhum de nós e se calhar até já falámos sobre isto com alguém!
Mas quantos praticam aquilo que dizem?
E por quanto tempo? E em que circunstâncias?
Quantos de nós terá plena consciência das consequências (negativas e positivas) dos nossos actos?
Andamos em constante alienação mas muitas vezes iludidos de que temos os pés na terra!
Quantos são aqueles que não sentem sequer este tipo de inquietações? E porquê, se ao mesmo tempo todos querem uma vida melhor e feliz?
Se calhar porque ninguém nos ensinou a pensar! Se calhar porque este é o caminho mais difícil...
E por isso vamos às compras!
Comprar, comprar!
Compremos tudo o que eles querem, tudo o que eles nos dão!
Compremos prendas com o dinheiro que não temos e compremos coisas inúteis ou acessórias!
Se não comprarmos ficamos mal vistos, somos mal compreendidos e dizem que somos insensíveis e forretas!
Se não compramos sentimo-nos mal!
Não é preciso muito para percebermos que o Natal é cada vez menos religioso e genuíno e cada vez mais virado para o consumo!
Senão, vejamos:
- este ano temos a honra de ter a maior árvore de natal da Europa e nem sequer nos passa pela cabeça saber quanto dinheiro foi gasto na bela árvore e quem paga a energia que ela consome diariamente para se manter iluminada;
- as ruas entopem-se de pessoas por todo o lado e as grandes cidades ficam sob um estado de frenesim que dificulta a vida àqueles que querem ter um dia-a-dia normal;
- o volume de trânsito aumenta significativamente e consequentemente aumenta também o número de mortos na estrada e os índices de poluição do ar e sonora;
- muitas famílias gastam dinheiro que pouparam e/ou subsídios de natal, contraem empréstimos com pessoas ou bancos para poderem comprar presentes;
- O valor das prendas varia com o valor que atribuímos à pessoa em questão, o que significa...prendas mais caras para aqueles que gostamos mais! Mas o valor das prendas também pode ser calculado em função doutro critério: “dou prendas mais caras a pessoas que normalmente me dão igualmente prendas mais caras!”;
- no dia 25, as toneladas de papel que usámos para fazer os bonitos embrulhos juntamente com caixas e fitas espalham-se pelas ruas dos nossos bairros (porque os caixotes do lixo estão cheios e nós queremos livrar-nos do lixo rapidamente) e esperamos até que os homens do lixo os venham buscar (este ano provavelmente até 2ª feira!);
- Aqueles que não podem comprar prendas ou os que encaram o Natal na sua verdadeira essência têm cada vez mais dificuldades em saber como explicar aos seus filhos que o Natal é bem diferente daquilo que eles vêem e ouvem dos outros, seja na escola, na rua e/ou através da televisão.
É certo que nenhuma destas ideias é novidade para nenhum de nós e se calhar até já falámos sobre isto com alguém!
Mas quantos praticam aquilo que dizem?
E por quanto tempo? E em que circunstâncias?
Quantos de nós terá plena consciência das consequências (negativas e positivas) dos nossos actos?
Andamos em constante alienação mas muitas vezes iludidos de que temos os pés na terra!
Quantos são aqueles que não sentem sequer este tipo de inquietações? E porquê, se ao mesmo tempo todos querem uma vida melhor e feliz?
Se calhar porque ninguém nos ensinou a pensar! Se calhar porque este é o caminho mais difícil...
Não sei se conseguirei regressar aqui antes do Natal mas com certeza ainda voltarei antes do fim do ano.
Até lá presenteio-vos com aquilo que posso neste momento..veneno, música e muito amor!
De La Soul & MF Doom ao vivo no Carson Daly Show (clicar para ver)
"Enjoy your stay" (realplayer) - Declaime à conversa com o seu alter-ego Dudley Perkins (Conversations with Dudley - 2004. UpAbove Records.) ...eyes wide open but they still can´t see...
